09/04/2012

Fantástico refaz trajeto do Titanic após 100 anos do naufrágio

Cem anos atrás, aquele que era apresentado como navio o mais moderno, seguro e luxuoso da época partia para uma viagem inaugural que não teve fim.


 
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A jornada do Titanic acabou no fundo do mar - uma história que inspirou livros e filmes e que até hoje mexe com a nossa imaginação: como teriam sido os últimos momentos daquela viagem? 


Nossos repórteres refazem o trajeto do Titanic e reconstituições feitas por computação gráfica explicam como e por que esse gigante dos mares naufragou. 

Livros de todo tipo já foram escritos. Filmes, claro, o cinema de Hollywood. Mas também da Alemanha nazista, tiveram o Titanic como enredo. Hoje, a história do navio virou até atração turística Em Belfast, Irlanda do Norte, um museu novinho acaba de ser inaugurado. É um show de tecnologia, com detalhes da curta história do Titanic. 

No local está a reprodução fiel da escadaria que levava os passageiros da primeira classe para o luxuoso restaurante. 

De cima se vê o local exato onde o Titanic começou a ser feito. No dia 31 de maio de 1911, ele foi lançado ao mar. Mas estava longe de estar pronto. Aquilo era praticamente só o casco, o esqueleto, que foi levado para outro lugar pertinho. 

O triste fim do Titanic é bastante conhecido. O começo, bem menos. Como quase tudo ligado ao navio, um local teve que ser construído para suportar o projeto de dimensões até então desconhecidas. É como se fosse o berço do Titanic. 

Ao todo, foram três anos de construção. Ao contrário do que muitos imaginam, o Titanic não era único. Outro navio, Olimpic, da mesma companhia, já estava em funcionamento há um ano. Uma propaganda mostra como eram considerados iguais. 

2 de abril de 1912: o Titanic fica pronto e depois de alguns testes, dois dias depois, zarpa para Southampton, que, por ser próximo a Londres, tinha virado o mais importante porto da Inglaterra. 

Alguns prédios daquela época ainda existem, como a estação de trem por onde os passageiros chegaram. E hoje, claro, vários memoriais. Em números absolutos, Southampton foi a cidade que teve mais mortos na tragédia: 549. 

10 de abril de 1912: imagens da partida do Titanic mostram o capitão Edward Smith, o mais bem pago homem do mar na época. Às 9h30 manhã, os 930 passageiros começaram a embarcar. Ao meio-dia, o Titanic partiu. 

Um quase acidente na saída de Southampton fez com que o transatlântico chegasse atrasado à sua primeira escala, o porto francês de Cherbourg. Ali embarcaram os 142 passageiros que foram de trem, de Paris. 

Na noite do dia 10 para o dia 11, o Titanic prosseguiu para a segunda escala, a cidadezinha de Cobh, no sul da Irlanda. Mas antes de chegar lá, vamos fazer um desvio e ir para o interior do país, Lahardane. 

A placa da aldeia mostra, orgulhosa, a ligação da cidade com o Titanic. Um memorial está quase pronto para homenagear as 14 pessoas que saíram do local para o que, na época, era uma tentativa de fugir da extrema pobreza da região. 

Paul Nolan é médico e resgatou a história dessa gente. Ele diz que dos 14 passageiros, todos da terceira classe, só três mulheres sobreviveram e só uma voltou à aldeia muitos anos depois. 

Proporcionalmente ao tamanho do lugar, Lahardane foi onde a tragédia do Titanic foi mais forte. Os descendentes das vítimas mostram fotos dos parentes, orgulhosos de um passado tão triste. 

Uma mulher é sobrinha-neta de uma das três sobreviventes. Ela conta que a tia estava em um barco salva-vidas, lembrou que tinha esquecido o chapéu, voltou à cabine e mesmo assim conseguiu embarcar, depois, em outro barco. 

Lahardane tem ruínas onde viveu essa gente. A vida era dura, a terra não produzia quase nada. O inverno, gelado. Partir para a América era um sonho. 

Todos chegaram de trem a Cobh, que na época se chamava Queenstown. A cidade ignorou a íntima ligação que tinha com a história do Titanic até o historiador Michael Martin descobrir documentos como o registro da capitania dos portos. 

Um museu tem ainda uma garrafa que foi jogada ao mar com um bilhete de despedida e correspondências com o papel de carta especial do Titanic. Michael mostra também a foto da velhinha que era bebê no Titanic e que morreu em 2009 com 97 anos. Era a última sobrevivente. Foi ela, conhecida como Malvina, que inaugurou a placa em homenagem aos mortos. 

Era possível avistar o Titanic na entrada da baía de Cobh. No dia 11 de abril de 1912, ele chegou ao meio-dia. Segundo Michael, 123 passageiros subiram, sete desceram. O prefeito foi dar as boas-vindas e, por uma hora e meia, comerciantes cadastrados entraram no Titanic para vender seus produtos. 

Além de levar passageiros e emigrantes com suas malas carregadas de esperança de uma nova vida, o Titanic, como outros navios da época, tinha um papel crucial no mundo. Eram eles que levavam o correio. A comunicação entre as pessoas, empresas e governos era basicamente feita por cartas. As companhias de navegação disputavam um mercado valiosíssimo em que era importante mostrar com que rapidez tal navio era capaz de chegar com o correio. Isso, mais do que tudo, explica a necessidade de velocidade, algo que para o Titanic acabou sendo fatal. 





CRÉDITOS: DIC JOGOS e Rede Globo (fantástico)